Pesquisar

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Viver é ler o mundo

Há pelo menos duas maneiras fundamentais de se ler um texto, qualquer texto: confiando ou desconfiando dele.De preferência, devemos fazer ambas as leituras.Indagar sempre quem está narrando, se o que escreve é ago que parece fluir ou se utiliza das artimanhas do modo de dizer para comprometer o nosso entendimento, de onde vêm as idéias que detonam a composição apresentada e como essas idéias influenciam nosso pensamento?Este entendimento sobre a leitura pode ser aplicado tanto à ficção quanto ao mundo em geral. Na verdade fazemos leitura de tudo o que nos rodeia: anúncios, propaganda eleitoral, embalagens, fachadas de prédios, prospectos distribuídos nas ruas, a tela da tv, o jornal, nem que seja só o de domingo.
Leitura desse modo, se confunde com o próprio processo de conhecimento, de descoberta, de criação, de vivência do dia-a-dia.Podemos proceder uma leitura que nos leve tanto a dar fé as acusações de Bentinho contra Capitu, a imaginar crescendo o nariz de pau de Pinóquio apesar dos conselhos de Gepeto,  imaginar quão delicioso  deverá ser aquela guloseima estampada num outdoor, quanto a verificar que o  BigBrother ocupa páginas inteiras do jornal e, até  perceber , que o casamento de um jogador famoso com uma modelo é assunto que devamos ficar “ruminando” por semanas nas principais manchetes das revistas e telejornais.
A leitura em oposição a qualquer extremo é uma abertura de possibilidades, uma ampliação ou uma construção de horizontes. É participação. É crítica. Nesta terra de excluídos, onde a maioria da população permanece privada até ao direito à vida. Leitura é conquista, não importa as circunstâncias, é reverter a exclusão, é rejeitar a manipulação, é imaginar destinos,é tomar para si o presente. É mudança. É a leitura, portanto, afirmação da autonomia, quanto mais você lê, mais possui senso crítico para distinguir  opções e fazer escolhas acertadas.
É a leitura uma radicalização da manifestação de humanidade, que todos possuem, de que todos necessitam, apontando para a formação de um leitor e escritor consciente, que faça uso da língua escrita, tornando-a parte integrante e funcional de sua vida cotidiana, modificando a sua relação com o mundo, leitura como geradora da própria individualidade e, ou do processo coletivo.Leitura prazerosa.
A expressão escrita, o texto de fato, condensa e prepara essas experiências maiores.Pode e deve ser combinados a muitos outros meios, cores, sons, movimentos, desejos.O importante é o seu caráter complexo: leitura como questionamento, entrega e transporte. Somente assim, tornam-se indissociável: leitura e mundo.

 
Rosemary dos Santos

sábado, 16 de julho de 2011

Pedagogia do Oprimido

Pedagogia do Oprimido
(Resumo)
Jeane Vanessa Santos Silva*
Paulo Freire é caracterizado com um pensador que se comprometeu, além das idéias, com a própria vida, com a própria existência; na Pedagogia do Oprimido ele nos apresenta sua experiência cativada no exílio durante cinco anos, bem como nos mostra o papel conscientizador da educação numa ação libertadora do próprio "medo da liberdade".Para Paulo Freire vivemos numa sociedade dividida em classes, sendo que os privilégios de uns impedem que a maioria usufrua dos bens produzidos e, coloca como um desses bens produzidos e necessários pata concretizar a vocação necessária do ser mais, a educação, da qual é excluída grande parte da população do Terceiro Mundo.Refere-se então a dois tipos de pedagogia: a pedagogia dos opressores, onde a educação existe como uma prática de dominação e a pedagogia do oprimido que precisa ser realizada para que surja uma educação com prática de liberdade.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Atores e espaços escolares – o gestor e sua sala

Por: Wellington Barcelos


Instituições de ensino, por seus espaços físicos, geralmente são construções onde prédios encontram-se elevados, pátios estendidos e salas aglomeradas, prontos a receber pessoas capacitadas para exercer suas funções profissionais e pessoas que necessitam desse local e destes serviços para se preparar e se formar, mas muito mais do que estruturas físicas, as escolas são locais que precisam comprometer-se com a construção coletiva e a prática de bons projetos pedagógicos e com seus regimentos internos, a fim de facilitar o cumprimento de sua missão junto a comunidade local e a sociedade em geral.
 
Como mediador de todo este processo operacional e como profissional responsável pela gestão humana e de todos esses espaços, encontra-se o diretor. É dele toda a responsabilidade da eficácia da política educacional e seu desenvolvimento, organizando e dinamizando, através dos recursos disponíveis, ações em prol de toda a comunidade escolar. De seu desempenho e habilidade, dependem a virtude do ambiente, a atuação dos profissionais e a qualidade do processo ensino aprendizagem, o que indiscutivelmente demanda a escolha de um local estratégico, que seja neutro, tranquilo, agradável e reservado, quando necessário, para a instalação de sua sala.

O gestor precisa ser uma pessoa, presente, dinâmica, visível e pronta a atender aos que buscam por resoluções e suas orientações profissionais e sua sala não deve ser um ambiente regulador de disciplina, nem um ambiente propício a punições administrativas descabidas, mas sim um local respeitável, agradável, arejado, muito organizado, decorado com temas pertinentes e sempre aberto a todos que a ele se dirigem, quando necessário.

Em contrapartida todos os visitantes e ou outros ocupantes deste espaço (caso tenha), precisam compreendê-lo como local de muita concentração, palco de muitas reuniões e setor responsável pela expedição de inúmeros documentos e da maioria das decisões necessárias para o bom andamento da instituição, o que requer dos mesmos, educação, postura, bom senso e respeito ao dirigir-se ou ocupar-se da sala da direção, bem como, agendar horários, fazer solicitações pertinentes e principalmente evitar agitações, comentários e telefonemas desnecessários, são atitudes fundamentais para o sucesso dos objetivos propostos, uma vez que se trata de um local bastante disputado e transitado, de grande complexidade e núcleo de novas e/ou relevantes decisões para o sucesso administrativo/pedagógico de qualquer espaço institucional educacional.

Disponível AQUI

domingo, 17 de abril de 2011

O Brincar no Processo de Desenvolvimento Infantil


Brincar é uma forma de atividade complexa. Sendo assim, possui uma peculiaridade: o brincar combina a ficção com a realidade, ou seja, brincando a criança trabalha com informações, dados e percepções da realidade, mas na forma de ficção.

O brincar inclui sempre a experiência de quem brinca. Desta forma, as crianças pequenas (de dois anos a dois anos e meio) reproduzem as ações que percebem em seu meio (dirigir um carro, embalar uma boneca). À medida que crescem, vão incorporando a representação que fazem da vida real, os conhecimentos adquiridos, bem como os desejos e sentimentos.

Adquirem, assim, nuanças cada vez mais complexas do próprio comportamento humano.



A Atividade da Criança na Idade Pré-Escolar
Por Elvira Cristina de Azevedo Souza Lima* 


sábado, 2 de abril de 2011

Jogos eletrônicos: ferramenta importante na aquisição do saber

“A presença dos elementos tecnológicos na sociedade vem transformando o modo dos indivíduos se comunicarem, se relacionarem e construírem conhecimentos. Somos hoje praticamente vividos pelas novas tecnologias”.

A partir desta reflexão, Lynn Alves, professora do mestrado em educação e contemporaneidade da Uneb e autora do livro: “Game Over: Jogos Eletrônicos e Violência”, demonstra a importância da tecnologia, em especial os jogos eletrônicos na vida dos jovens contemporâneos.

Encarada por muitos como nocivo e prejudicial ao desenvolvimento cognitivo dos jovens, os jogos eletrônicos vêm ganhando espaço entre vários estudos e demonstram que podem ser mais um instrumento pedagógico no ambiente escolar. Esta reflexão partir da concepção que existe hoje uma geração submerso no mundo da tecnologia, que tem acesso seja através da televisão ou dos vídeos-game ou das LAN house.

De acordo com estes estudos, os sujeitos nascidos na pós-modernidade estão imersos em um mundo altamente tecnológico. Esta geração é defendida pelos estudiosos como os “nativos digitais” ou “geração mídia”. Uma categoria que vem sendo largamente discutida na atualidade.

Com a utilização de alguns jogos eletrônicos, a exemplo do Simcity, Civilizations e RPG, “os professores podem trabalhar o aprendizado em geografia, história, porque nesse jogo desafia os estudantes a administrar recursos, criar cidades, enfrentar catástrofes, fazer escolhas, planejar, entre outras coisas”, comenta a educadora Lynn.

Nesta perspectiva, e através do jogo eletrônico, os estudantes são estimulados a saber quais as conseqüências de colocar uma escola perto de uma fábrica poluente, além de verificarem quais os problemas sociais ou de saúde as ações realizadas durante o jogo podem causar.

De acordo com Lynn, até mesmo nos jogos violentos, tanto crítica por inúmeros pais, podem servir de fonte de aprendizado e estímulo entre o público jovem. “Você pode trabalhar a questão cognitiva, pois estes jogos exigem uma habilidade sensorial e motora muito grande, tomada de decisão e planejamento estratégico”, conclui Lynn. 
 
Disponível aqui

Educação e Tecnologia: Uma aliança necessária


“Estamos diante de uma bela demonstração de que a modernização da educação é séria demais para ser tratada somente por técnicos. É um caminho interdisciplinar e a aliança da tecnologia com o humanismo é indispensável para criar uma real transformação. (...) Em síntese, só terá sentido a incorporação de tecnologia na educação como na escola, se forem mantidos os princípios universais que regem a busca do processo de humanização, característico caminho feito pelo homem até então”. (RENATO, Eduardo José. Informática e educação, 1997,05).

terça-feira, 22 de março de 2011

A IMPORTÂNCIA DA AVALIAÇÃO NO ENSINO FUNDAMENTAL


Por João do Rozario Lima

Resumo: Este artigo tem por objetivo levar os educadores a refletirem sobre a abordagem do sistema de avaliação do ensino e aprendizagem nas instituições escolares públicas e privadas a perceberem que não podem simplesmente medir e transformar de zero a cem a aprendizagem dos educandos. Para tanto utilizamos a pesquisa bibliográfica.
Palavras – chave: Educação, Avaliação Escolar, Ensino – Aprendizagem.

1 . INTRODUÇÃO
A educação brasileira tem como grande desafio dentro do contexto da atualidade promover a aprendizagem de todos os alunos e lhes assegurar uma trajetória de sucesso. Esta trajetória só será possível se o aspecto pedagógico tido como central passar a fazer parte de uma gestão que priorize formas de pensar, sentir e atuar para garantir a permanência do aluno na sala.
Nessa perspectiva torna-se fundamental a constituição de um conceito de avaliação escolar que atenda às necessidades de escolarização das camadas populares, porque são elas que mais têm sofrido como o modelo de escola atual. E, se o movimento amplo da sociedade impõe um novo tipo de escola, impõe, também, a necessidade de um novo referencial para a constituição dos processos de avaliação.
Questionam-se, assim, os processos de avaliação da aprendizagem dos alunos que estão, usualmente, centrados num desempenho cognitivo, sem referência a um projeto político-pedagógico de escola, e, ainda, o sentido das avaliações escolares que se têm direcionado, especialmente, para o ato de aprovar ou reprovar os alunos.
Há diversas modalidades de avaliação que podem ser empregadas na escola, dependendo do que se pretende verificar. As formas de avaliação que, atualmente, parecem ser mais freqüentemente empregadas nas escolas são a prova escrita, os trabalhos em grupo, a auto-avaliação que alguns professores convidam seus alunos a fazerem sobre o seu próprio desempenho e a avaliação. Porém, a prova escrita, já que essa parece ser, ainda, o principal instrumento de avaliação empregado pela maioria das escolas.

2 . O PROFESSOR E AS FORMAS DE SE AVALIAR
Tudo vai depender da maneira como são propostas as questões. Se a intenção não for apenas a de verificar quantas informações o aluno "guardou em sua cabeça", mas sim a de perceber como o aluno está aproveitando tudo o que ele aprendeu durante as aulas, para compreender os temas estudados no curso e para resolver problemas propostos pela disciplina estudada, então a prova pode ser um bom momento para professores e alunos efetuarem uma revisão de tudo o que foi – ou deveria ter sido aprendido – e perceberem o que ainda pode ser melhorado.
Uma boa alternativa é permitir que os alunos re-elaborem as questões da prova nas quais não conseguiram um bom resultado, de modo que possam recuperar as falhas anteriores.
A prova operatória constitui um instrumento de avaliação que corresponde a uma nova oportunidade dada ao aluno para ampliar o seu conhecimento sobre uma determinada matéria. É possível avaliar os alunos mediante a aplicação de provas sem que essa atividade seja, apenas, uma tarefa burocrática, a qual rouba dos professores e alunos tempo preciosos que poderia estar sendo dedicado ao desenvolvimento do ensino e do aprendizado. Para eles, uma prova pode ser considerada operatória quando:

Longe de ser mecânicos questionários, testes ou exercícios, for um momento a mais para o aluno viver internamente a construção ou reconstrução de conceitos ao longo do caminho da aprendizagem. Ou seja, um momento de aprendizagem, (HOFFMAN, 1994, p. 34).

Além de explicitarem os objetivos e as ações que devem ser cumpridos pela realização de uma prova, os autores desenvolvem a proposta no sentido de torná-la mais clara.
As questões referem-se a temas atuais que tenham relevância para a compreensão do mundo, contribuindo para a reflexão do aluno sobre contexto histórico em que vive. O aluno que se vê convidado a refletir sobre o mundo que o cerca sente que não está respondendo a uma questão apenas porque o professor quer assim, mas percebe a importância do estudo de cada disciplina específica para o conhecimento de uma realidade da qual ele próprio faz parte.
Sendo assim, a avaliação escolar deve permitir verificar não apenas a retenção de informações sobre a matéria pelo aluno, mas, principalmente, se os alunos estão sendo capazes de utilizar aquilo que aprenderam a partir dos exemplos dados pelo professor na compreensão de casos análogos. Segundo Demo (1996)

Avaliamos o êxito de qualquer ensino não pela capacidade de reprodução que o aluno tem do que lhe foi apresentado como informação ou caso exemplar, mas pela sua capacidade de construir soluções próprias a novos problemas, ainda que para isso ele recorra àquilo que lhe foi colocado como caso exemplar, ou seja, que ele lance mão das ‘soluções canônicas’ que lhe foram apresentadas.(p.186).

Para dar um exemplo, não podemos ter certeza de que um aluno aprendeu um novo idioma apenas ao verificar que reproduziu um texto escrito em alemão, pois, para tal basta ter boa coordenação e prestar atenção na tarefa. Evidentemente, contudo só poderemos dizer que uma pessoa aprendeu alemã quando observamos que ela é capaz de criar um novo texto em alemão e não apenas copiar.
Ao avaliar as competências dos alunos é preciso definir adequadamente os objetivos que o aluno deve alcançar e levar em consideração ainda uma distinção no que se refere à correção para o aprendizado de informações.
A modalidade diagnóstica consiste na sondagem, projeção e retrospecção das situações dos desenvolvimentos do aluno, permitindo constatar as causas de repetidas dificuldades de aprendizagem. Quando os objetivos não forem atingidos, são retomados e elaboram-se novas estratégias para que se efetue a produção do conhecimento.Segundo Sant'anna (1999). Esta modalidade deve ser feita no início de cada ciclo de estudos através de uma reflexão constante, crítica e participativa.(p.124).
A avaliação possui três funções de fundamental importância para o processo educativo como diagnosticar, controlar e classificar.
A função diagnóstica tem como objetivo identificar, analisar as causas de repetidas incapacidades na aprendizagem, evidenciando dificuldades em seu desempenho escolar, sendo que a função formativa ou de controle tem a finalidade de localizar, apontar as deficiências, insuficiências no decorrer do processo educativo, na qual os instrumentos deverão estar de acordo com os objetivos a serem atingidos.
Quanto à função classificatória podemos dizer que frente a este contexto, o professor deve desenvolver o papel de problematizador, ou seja, problematizar as situações de modo a fazer o aluno, ele próprio construir o conhecimento sobre o tema abordado de acordo com o contexto histórico social e político o qual está inserido, buscando a igualdade entre educador-educando, onde ambos aprendem, trocam experiências e aprendizagens no processo educativo, uma vez que "não há educador tão sábio que nada possa aprender, nem educando tão ignorante que nada possa ensinar” (BECKER, 1997, p.147). Esse fato vem comprovar a interação do aluno no processo de ensino-aprendizagem em que cada um tem a ensinar para o outro, sendo que a avaliação é um elo entre a sociedade, as escolas e os estudantes.
É necessário que ocorra uma conscientização de todos estes segmentos, onde a avaliação deve ser repensada para que a qualidade do ensino não fique comprometida, tendo o cuidado nas influencias nas histórias da vida do aluno e do próprio professor para que não haja, mesmo inconscientemente, a presença do autoritarismo e da arbitrariedade que a perspectiva construtivista tanto combate.
Segundo Hoffmann (1.993).

Avaliar nesse novo paradigma é dinamizar oportunidades de ação - reflexão, num acompanhamento permanente do professor e este deve propiciar ao aluno em seu processo de aprendizagem, reflexões acerca do mundo, formando seres críticos libertários e participativos na construção de verdades formuladas e reformuladas.(p.134).

A avaliação escolar é um processo pelo qual se observa, se verifica, se analisa, se interpreta um determinado fenômeno (construção do conhecimento), situando-o concretamente quanto aos dados relevantes, objetivando uma tomada de decisão em busca da produção humana. Segundo Luckesi (1995).

O ato de avaliar tem, basicamente, três passos: Conhecer o nível de desempenho do aluno em forma de constatação da realidade. Comparar essa informação com aquilo que é considerado importante no processo educativo. (qualificação)-Tomar as decisões que possibilitem atingir os resultados esperados.(p,148).

Neste sentido, é essencial definir critérios onde caberá ao professor listar os itens realmente importantes, informá-los aos alunos sem uma necessidade, pois a avaliação só tem sentido quando é contínua, provocando o desenvolvimento do educando. O importante é que o educador utilize o diálogo como fundamental eixo norteador e significativo papel da ação pedagógica. Freire argumenta que:

O diálogo é a confirmação conjunta do professor e dos alunos no ato comum de conhecer e reconhecer o objeto de estudo. Então, em vez de transferir o conhecimento estaticamente, como se fosse fixa do professor, o diálogo requer uma aproximação dinâmica na direção do objeto. (P. 125).

O diálogo é visto como uma concepção dialética de educação, pois se supera tanto o sujeito passivo da educação tradicional, quanto o sujeito ativo da educação nova em busca de um sujeito interativo.
Faz-se necessário ao educador o comprometimento como profissional durante as suas inter-relações em que o compromisso não pode ser um ato passivo, mas sim a inserção da práxis na prática educativa de professor e aluno. Freire (1999), afirma que:

Se a possibilidade de reflexão sobre si, sobre seu estar no mundo, associada indiscutivelmente à sua ação sobre o mundo, não existe no ser, seu estar no mundo se reduz a um não poder transpor os limites que lhe são impostos pelo próprio mundo, do que resulta que este ser não é capaz de compromisso. É um ser imerso no mundo, no seu estar, adaptado a ele e sem ter dele consciência. (p. 123).

Por conseguinte, a avaliação qualitativa deve estar alicerçada na qualidade do ensino e pode ser feita para avaliar o aluno como um todo no decorrer do ano letivo, observando a capacidade e o ritmo individual de cada um. Desta forma, para haver uma avaliação qualitativa e não classificatória deve acontecer uma mudança nos paradigmas de ensino em relação à democratização do excesso da educação escolar e com isso haverá uma qualidade de ensino do educando onde acontecerá um sentido de evolução produtiva nos processos avaliativos.
A auto-avaliação deve estar presente em todos os momentos da vida, uma vez que é o ato de julgar o próprio desempenho de aluno e professores. O educador deve se auto-avaliar, revendo as metodologias utilizadas na sua prática pedagógica. E a auto-avaliação do aluno para avaliar o professor deve servir como subsídio para a sua própria auto-avaliação, momento este que servirá para refletir sobre a relação e interação entre educando e educador. Portanto, o professor deve utilizar instrumentos avaliativos vinculados à necessidade de dinamizar, problematizar e refletir sobre a ação educativa / avaliativa da instituição. Propicia, portanto, condições para o aluno refletir sobre si mesmo e o que tem construído ao longo da vida.
Uma grande questão é que avaliar envolve valor, e valor envolve pessoas. Quando se avalia uma pessoa, se envolve por inteiro – o que se sabe, o que sente, o que se conhece desta pessoa, a relação que se tem com ela. E é esta relação que o professor acaba criando com seu aluno. Então, para que ele transforme essa sua prática, algumas concepções são extremamente necessárias.
O sentimento de compromisso em relação àquela pessoa com quem está se relacionando e reconhecê-la como uma pessoa digna de respeito e de interesse.
O professor precisa estar preocupado com a aprendizagem desse aluno, principalmente quando percebe nele, dificuldades oriundas e distúrbios mentais ou sensoriais.

3 . FATORES QUE PODEM AFETAR A APRENDIZAGEM E PREJUDICAR A AVALIAÇÃO.
O sistema nervos comanda todos os outros sistemas do nosso corpo. Por esse motivo, ele interfere em várias atividades humanas, especialmente no campo da aprendizagem.
Muitos distúrbios neurológicos podem atingir tanto crianças quanto adultos, causando problemas de fala, de locomoção, de memória, do próprio funcionamento do cérebro (raciocínio) etc. Esses distúrbios prejudicam qualquer tipo de aprendizagem.
Devemos reconhecer as inúmeras diferenças, entendê-las e respeitá-las. Percebe-se que em todas as Escolas, em todas as séries, encontram-se alunos com problemas de aprendizagem, agressividade e com pouca estimulação para estudar. Estes alunos, muitas vezes são discriminados e apontados como alunos problemas. São alunos que algum momento apresentaram problemas em seu desempenho escolar, e nada foi feito ou muito pouco para compensar o que não aprenderam. Para a Escola, às vezes representam casos perdidos, que quanto mais rotulados mais problemas representam.
Segundo Fernandez (1991).

Uma mensagem que precisa ser decodificada pelo professor é uma mensagem que a criança emite, como um grito de desespero de incompreensão do que acontece; é um pedido falido de ajuda, (p.136).

O trabalho pedagógico deveria partir de uma auto-avaliação do professor quanto a sua postura. Quais são seus anseios, suas metas, suas frustrações? Após olhar para bem dentro de si, só então, é que o educador pode olhar para o aluno como mediador, não só de conhecimento, mas também de carinho, compreensão e ajuda mútua. Ser professor não é só passar conteúdos, mas ajudar na formação para se tornar um cidadão feliz. O potencial de cada criança deve se buscar inesgotavelmente e expandir este potencial por intermédio de uma orientação individualizada de acordo com a capacidade de cada um. Toda criança possui um potencial pronto para ser expandido, pois é seres que se desenvolvem continuamente.
Um dos principais objetivos do professor e dos pais é de instigar o interesse e o amor da criança pelos estudos. Se a criança não for motivada não terá interesse em aprender. É preciso dar-lhe o empurrão inicial, colocá-la em movimento, transmitir-lhe animo.
De acordo com as características individuais dos alunos, o professor poderá definir os tipos de testes de prontidão a que eles deverão ser submetidos para atingir um bom nível inicial de aprendizagem assim estará evitando futuros distúrbios de aprendizagem. Por isso, cada caso deve ser avaliado particularmente, incluindo na avaliação o entorno familiar e escolar. "Distúrbio neurológico" misterioso e não-detectável.
.
4.CONSIDERAÇÕES FINAIS
Após termos estudado e pesquisado sobre este assunto ‘’ A Importância da Avaliação no Ensino Escolar’’, foi possível deparar com dados realmente preocupantes referente à educação, concernente à avaliação da aprendizagem em nosso Brasil, e principalmente nas escolas onde os professores se encontram distantes do acesso à Universidade para poderem capacitar-se, dando seguimento na busca de conhecimento para melhor aprender avaliar a fim de não prejudicar os seus alunos.
É preciso levar a sério a Educação. E isto só se faz através da prática construtiva. É necessário refletir na atual situação em que se encontra a Educação, e tornar-nos consciente, tomando algumas medidas para melhor saber desenvolver os conteúdos educacionais, usando formas coerentes para melhorar o sistema de avaliação de nosso país, para que nossos educandos sejam no futuro verdadeiros cidadãos conhecedores, participantes e formadores de consciência concernentes à cidadania ao seu papel como cidadão.
As formas de avaliação tradicionais usadas em nosso país têm tomado rumo desastroso em nossas escolas e promovido números assustadores de evasão, A Educação é um direito que deve ser assegurado a todos, através de ações desenvolvidas pelo Estado e pela família, com a colaboração da sociedade. Mas nem sempre esses direitos são respeitados.
Assim, os gestores e professores devem amenizar os problemas da evasão nas instituições brasileiras, trabalhando diretamente com a sociedade e os pais dos alunos evadidos, conscientizando-os da necessidade da permanência de seus filhos na Escola e os demais alunos tendentes a evadirem através de infreqüência.
Quando a coordenação pedagógica, a direção e os professores devem adquirir conhecimento de casos de alunos que faltam a Escola, comunicar aos pais e procura saber dos reais problemas de sua ausência a Escola, desta forma, com certeza, os resultados serão mais positivos.
Na verdade, mediante as reprovações e defasagem de conhecimento que se encontram os nossos alunos hoje, é preciso parar e refletir de que forma estamos avaliando nosso aluno, se esta avaliação está servindo apenas para aprovar ou reprovar o aluno, puni-lo ou apenas controla-lo, sem levá-lo a uma real melhoria na aprendizagem.
A avaliação deve ser feita de forma a contribuir para formar o indivíduo respeitando suas diferenças e individualidades para que ele seja capaz de resolver os conflitos encontrados no dia-a-dia.
Sendo assim um verdadeiro cidadão é capaz de exercer sua própria cidadania na prática e conscientizar os demais ao seu redor.
De acordo com os levantamentos de dados sobre os diversos sistemas de avaliação, notamos o se grau de complexidade. Percebemos que, dependendo do uso que se faça da avaliação, o educador poderá estar condenando seus alunos a uma pena cruel, sem que ele perceba o que esta fazendo. Portanto se torna necessário a cada educador ao mesmo tempo dar condições para que nossos alunos possam exercer sua função como ajudante e construtor deste sistema, podendo entender o que é uma avaliação de desempenho escolar e que os profissionais que atuam na Educação possam se conscientizar que uma avaliação inadequada pode contribuir para uma total exclusão social.


5 . REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BECKER, Fernando. O caminho da aprendizagem. 2ª ed. Rio de Janeiro, 1997.
DEMO, Pedro.Avaliação sob o olhar propedêutico. Campinas-SP. Papyrus, 1.9896.
FERNÁNDEZ, Alícia. A inteligência aprisionada. Porto Alegre: Artes Médicas; 1991.
FREIRE, Paulo.Educação e mudança. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1.986.
HOFFMANN, Jussara. Avaliação Mediadora: Uma Prática em Construção da Pré-escola. A Universidade. 14ª ed. Porto Alegre: Mediação 1993.
------------------Avaliação mito e desafio: uma perspectiva construtivista. 29ª ed. Porto Alegre, 1.994.
-------------------Avaliação para promover.Porto Alegre-RS. Educação e Realidade, 2.001.
.LUCKEZI, Cipriano G. Avaliação da aprendizagem escolar: SP. Cortez, 1.995.
SANT'ANNA, Elza Martins. Porque avaliar? Como avaliar? Critérios e Instrumentos. 5ª ed. Petrópolis: Vozes, 1999.


Disponível em: http://www.artigonal.com/educacao-artigos/a-importancia-da-avaliacao-no-ensino-fundamental-375660.html